O amor é uma construção burguesa? - 25/01/2019 - João Pereira Coutinho - Folha
O filme “Roma” tem dez indicações para o Oscar. Merecido. Como já escrevi nesta Folha, estamos na presença de um objeto estranho: um filme que abandona os clichês ideológicos das “relações de classe”, optando antes por um retrato sóbrio sobre tudo aquilo que nos liga a algo, ou a alguém. O amor é uma construção burguesa, como diriam os marxistas? Alfonso Cuáron tem uma inteligência muito acima da dos marxistas —e isso vê-se em “Roma”. Fatalmente, Slavoj Zizek apareceu para salvar a honra do convento. Escreveu o filósofo na Ilustríssima que “Roma” lhe deixou um “gosto amargo” na boca. Sim, e...